Agronegócio bate o recorde das exportações

De acordo com dados divulgados pela Secretaria de Comércio e Relações Internacionais do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), pela primeira vez na história, as exportações do agronegócio no mês de março de 2021 ultrapassaram os US$ 10 bilhões. O resultado é 28,6% maior do que o total exportado em março do ano passado, de US$ 9,0 bilhões.

O dado comprova que a demanda mundial pelos produtos agrícolas brasileiros se mantém aquecida após a fase inicial crítica da pandemia, em março do ano passado. A soja também ajudou a alavancar os números, visto que elevou os embarques de março devido ao atraso na colheita pelo excesso de chuvas. Usualmente a colheita é feita entre janeiro e fevereiro, mas este ano se concentrou em março.

Já o setor de carnes apresentou alta de 16,1% nas exportações, somando US$ 1,60 bilhão no mês, tendo como principal destino a China. Reconhecida como o principal país importador de produtos brasileiros, o dragão asiático somou, nos últimos 12 meses encerrados em março, US$ 34,62 bilhões em produtos agropecuários comprados do Brasil, número que representa 33,5% do total das exportações do setor. Em segundo lugar estão os Estados Unidos, que adquiriram, no mesmo período, US$ 7,22 bilhões. Número 4,6% maior do que nos 12 meses anteriores.

O cenário continua otimista

A balança comercial registrou superávit de US$ 8,90 bilhões na quarta semana de abril, com crescimento de 92,5%, e a corrente de comércio aumentou 50,4%, alcançando US$ 32,73 bilhões, segundo dados divulgados pelo Ministério da Economia. Neste período, os seguintes setores apresentaram crescimento:

  • Agropecuária com +61,0% e total de US$ 6,89 bilhões;
  • Indústria Extrativa com +61,8% e total de US$ 4,53 bilhões;
  • Indústria de Transformação com + 52,9% e total de US$ 9,30 bilhões.

Os dados são otimistas e desenham a tendência de que com o aumento das exportações de commodities, o Brasil deve recuperar o fôlego e voltar a fechar as contas externas no azul em 2021, após 14 anos no vermelho. Depois de um rombo de US$ 12,5 bilhões no ano passado, a estimativa do Banco Central é de um saldo positivo de US$ 2 bilhões em 2021 – o primeiro superávit desde 2007.

“Há um aumento generalizado nos preços de todos esses produtos [commodities] que o Brasil já produz em grande volume, como soja, milho, minério e petróleo. Além do aumento na demanda por países que já começaram a sair da crise, há um gargalo de falta de navios e contêineres que ajuda a pressionar os custos”, avaliou o presidente da Associação do Comércio Exterior do Brasil (AEB), José Augusto de Castro. Para ele, o crescimento nas vendas desses produtos ocorre muito mais pelo preço do que pela quantidade produzida.

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