O advento do Coronavírus gerou uma série de impactos ao redor do mundo e trouxe – à força – a necessidade das empresas se adequarem a era digital. Um dos setores mais afetados foi o de logística, que teve seu papel fundamental na economia evidenciado devido ao aumento abrupto da demanda por entregas, ainda mais de produtos essenciais.
Em território brasileiro não foi diferente. De acordo com a Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antac), a movimentação portuária avançou 4,2% em 2020, tendo o aumento puxado pelo petróleo do pré-sal e pelos grãos da safra recorde brasileira. Por outro lado, o período também exigiu a paralisação dos leilões para concessão de portos, aeroportos e rodovias previstos.
Esta paralisação apresenta um cenário de oportunidades para este ano de 2021, já que a iniciativa privada será convidada a participar do maior pacote de concessões já oferecido pelo governo brasileiro. Serão 54 ativos logísticos, incluindo 23 aeroportos, 17 terminais portuários, três ferrovias e 11 lotes de rodovias.
No ano passado, o governo encaminhou ao Congresso o projeto chamado “BR do Mar” que prevê um conjunto de medidas que poderia aumentar em 40% a capacidade da frota marítima nos próximos três anos. O projeto em questão passa por tramitação no Senado e visa facilitar o aluguel de embarcações estrangeiras com o objetivo de incentivar a concorrência, criar novas rotas de navegação e reduzir custos de deslocamentos.
Já para o transporte rodoviário, estratégico para o escoamento de mercadorias no Brasil, foi um dos mais afetados. De acordo com 6ª rodada da Pesquisa de Impacto no Transporte – Covid-19, da CNT (Confederação Nacional do Transporte), realizada entre 24 e 30 de março, 41,6% dos responsáveis pelo transporte rodoviário de cargas a situação atual da empresa é satisfatória e 46,8% acreditam que essa conjuntura não vai mudar nos próximos seis meses. Um grupo menor (24,9%) é mais otimista e acredita em dias melhores nesse prazo.
Aprendizados
O cenário também deixou uma lição: é arriscado depender e centralizar produções em apenas um local. Com a dificuldade de escoamento de produtos durante a pandemia, empresas e países buscaram fornecedores mais próximos, visando a economia de tempo e dinheiro no processo. A necessidade também aproximou empresas e fornecedores, que passaram a valorizar controles de estoque e controle da cadeia de suprimentos.
Controle que veio atrelado ao aumento do uso da tecnologia, chamado conceito de logística 4.0, que visa auxiliar na tomada de decisão e evitar prejuízos ao possibilitar a redução de custos operacionais, roteirização, controle de fretes, monitoramento de entregas etc. Para isso, é possível citar tecnologias como inteligência artificial (IA), internet das coisas (IoT), blockchain, automação, uso de drones e muitas outras.